POEMA EM CONVULSÃO

Data 07/02/2010 17:36:43 | Tópico: Poemas


Bate a brisa na gente que tece o próximo
Na inquietude do vento que sibila,
O arredar do poema em convulsão
Ardendo o lume e o pavio no verbo que estremece.

Renasce o poeta a cada verbo de luz
Como promessa talhada à presa,
Corpo de ferro debulhado
Que espreita o relento das rimas.

A letra se acalma na vertigem da noite fria,
Desprendendo-se dos laços e cansaços
E o pranto se ergue aguerrido entre palavras
Como sombra ao final do dia.

Invoca o poeta o pulso do alento
Afundando as feridas na emoção
Revelando-se estóico no improviso.

A vida o finta de desalento
Vergando-se ao choro e à espera do que sente
Permanecendo ausente enquanto sonha.


Eduarda





Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=118697