Metrô de São Paulo

Data 07/02/2010 23:33:06 | Tópico: Prosas Poéticas

Metrô de São Paulo

Marquei um encontro em São Paulo,
Peguei a ponte aérea do Rio, direto para Congonhas
E depois de táxi, para a Avenida Paulista.
Porque sou metida à beça?
Não, gosto de ir em livrarias de noite,
Ou talvez ao cinema.
Tudo tem que ser bem perto do Metrô de SP.
E perto do Ibirapuera, porque gosto de ir ao parque, e ler Casimiro de Abreu, e chorar.
Sou mesmo uma perdida, e isso é bom, muito bom.
Táxi em São Paulo, rouba até as minhas calcinhas vermelhas.
Eu falo todas as palavras que me denunciam:
E puxo pelos ss... Vamusss a paulissssta?
A voz aguda de menina, ajuda a mulher atrapalhada
Besta! Perco-me fácil! E pago caro paca, o meu?!
Mas em São Paulo tem a Augusta e a 25 de março,
Adoro a população. E para saber mesmo, aonde mora o povo? Vai onde ele está!
Tem que ir aonde o povo caminha...
Eu adoro a pizza com rúculas e tomates secos da Augusta.CHIHHHH!.
E descobrir com um grupo de adolescentes, todas as pizzarias.
Vi que existem tantas e iguais, em todos os lugares.
Adoro a Liberdade! E de dia!
Mais aviso, nesse bairro, faltam manicures.
Mas tem cada cabeleireiro chinês! O máximo!
Na noite barulhenta, gosto de teatro e da faculdade, “to nem ai”! Como a música.
Na falta de Cia.É a cerveja gelada em garrafa, bem mineira, que se manifesta. E interessa.
Pego táxi Angelical e conheço bairross, alguém e metros quadrados.
Mas na volta sou cheia de ninguém e siluetas.
E por isso, enquanto aprendo os caminhos e vivo sozinha,
Compro um tênis roxo e vou tomando cafés em todos os lugares...
Devo confessar, morro de tesão!
Louca e sem alguém, doida para conhecer ninguém,
Vivo o perigo, e isso faz tão bem!
Vivo e daí?
Sou alguém, de ninguém!

Uma prosa muito doida, de Diana Balis, Sp, Rio 7 de fevereiro de 2010.



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