O sossego na aldeia

Data 08/02/2010 18:50:02 | Tópico: Poemas

O SOSSEGO NA ALDEIA

Minhas ideias andam desavindas
Quem paga as favas sou eu!?
Em desalinho as cortinas das janelas
Foi o vento que lhes deu.
E perto delas?!
Passam voando duas borboletas lindas.
No quintal duas galinhas engalfinham-se inquietas
Deixo as janelas abertas
Tomo uma pinga de café fresquinho
Enquanto as ideias alinho.


A mim chegadinho?!
Está o velho gato lambareiro
Numa súplica muda...
Vem, porque lhe deu o cheiro.

Este tempo que põe tudo borolento
Me enfastia, provoca até estonteamento.
É caso para me pôr a cismar,
Será que o Sol demorará a voltar?!
Mas aqui se respira bom ar
Há sossego, venho aqui p'ra enrijar!
Despovoadas as ruas
E o tempo passando lento
Toda a gente sachando murmúrios
mexericos, coisas suas...

De quando em quando a ventania
Um ruído de folhas secas caindo
Já das telhas bamboleante a chuva caía
Deixei-me à escuta, serenamente,ouvindo.
Já o dia abalou!
Fecha-se a minha janela
Hoje, o Sol não me alegrou.
Passou a Vida sem dar por ela.


rosafogo

Mas quanto prazer, o café feito na cafeteira de
barro à lareira (café da tia Rosa) da lata
antiga da Cafeeira, o gato feliz quase chamuscado,
a chuva batida p'lo vento nas vidraças e o silêncio que faz doer, mas que entra p'la alma dentro trazendo-lhe alívio.




Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=118846