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Data 10/02/2010 00:17:20 | Tópico: Sonetos

Não me dói a indiferença de quem passa
Tão pouco daqueles que só me conhecem
Não me dói o não em palavras que caem
No vazio de um aperto de mão, escassa

É a confiança no dia por detrás da vidraça
Por onde os sonhos se esvaem, nada os retêm
Escassa é a ilusão de que se tem alguém
Tão ténue que é que se esvai na fumaça

Que circunscreve o limite do horizonte
Por onde nos é permitido ir, retaguarda
É o limite que fica por detrás da ponte

Chamada ilusão, a minha alma está cansada
No limite de um monte agreste e vazio
Tão vazio que nada renasce, o tudo é nada.

Antónia Ruivo


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