Como escapar da morte?

Data 12/02/2010 16:16:47 | Tópico: Prosas Poéticas

Sorrio à vida como se fosse uma pluma de alegrias,
mas no profundo há sempre motivo a ver-me assim, triste.
Parece que há sempre uma razão para chorar de dor.
Há sempre momentos desolados da vida, a sorrir-me.
Se corro, corro tanto mas tanto pelos dias,
pareço aflita em busca de uma giesta em flor que vai com o vento...
... mas sempre corro sem pressa de chegar ao esplendor.
Assim vou escapando às horas mortas da minha dor
e adoro-me, definitivamente adoro-me! Como a ilusão adora iludir-me, numa causa que nem existe!
Se há ilusões dispersas na aflição, em mim não!
Tudo é pura imaginação e o castigo a culpar-me
como se fosse o meu próprio carrasco a matar-me
quando nada de nada há para sofrer
senão esta sorte que tomou o meu lugar.
Não há duvidas, trato-me bem porque de mim gosto
e mesmo na fraqueza da força, aguento-me
como fortaleza de soldados armados que não sou.
E mesmo sabendo-me ser alegre ou triste sou
o pior ser insuportável habitado em mim!
Agarro a coragem que me inventa a ser tudo
a ser nada e apenas divago, num prazer escondido pela mente...
e não me safo da morte se for mais amada
não me safo da morte se for a mais desejada
e nem escapo da morte por ser assim...
... tão quieta de sorrisos.



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