No pleno das mãos, o sol poente!

Data 14/07/2007 18:14:34 | Tópico: Poemas

Sob as mãos escorria-se lento, o dia.
Sobre as mãos desabava pastosa, a noite

...decrépita a agonia.

Do grito e do pranto, do ventre do peito,
solto, o azul,
do rio liquido que fui e já não sou,
do rio que secou antes de mim.

Às vezes, por vezes, as aves
voavam-se livres nos bicos lívidos
de uma claridade
de luz inquieta desafiada ao horizonte

…em esgares planados de si.

Em cerimoniais afilados à água
que haveria de ser fonte
preexistia inscrito na raiz da alma
um tempo de árvore ausente.

No pleno das mãos, o sol poente!


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