CINZA

Data 17/02/2010 20:25:45 | Tópico: Sonetos

Tão pouca é a esperança que me sobra,
a cinzas me reduzo, culpa minha,
nem a mágoa do sino que me dobra
me serve a pouca força que me anima.

Jejuo há tanto tempo de vontade
de ser vela enfunada ao vento acesa,
que morre a chama débil que me arde
e só me sobram cinzas sobre a mesa...

Espalhem-mas aos mares e às mãos cheias,
aos ventos que se deitam sobre lírios
tingidos pelo sangue destas veias!

Espalhem-mas nos rios que cantei!
Não me façam libelo de concílios
-sou tão pouco, só cinza que restei...

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