
MADRUGADA
Data 20/02/2010 10:19:32 | Tópico: Poemas
| caminho às 4 da madrugada pela rua condessa de são joaquim calço sandálias uso camiseta e uma calça jeans rasgada o dia nem ameaça sair do seu sono e eu já não sinto medo de mais nada um tipo me pede fósforo ele acende o seu cigarro e segue eu não digo mais nada há um bar aberto e eu entro - conheço o dono - ele me pede notícias do futebol falo qualquer coisa e tomo uma bebida preciso dormir eu penso a madrugada menstrua vejo uma cor de sangue de mulher no céu alguns pombos deixam os fios de alta tensão onde dormiam talvez os pombos me olhem com pena um rato escapa de um bueiro uma mulher triste me olha eu sigo na rua o rasgo do sol começa a escrever o dia não se anda na condessa de são joaquim a tal hora perdi o medo da vida mas nada mais me apavora ando como se andasse num cemitério de letras cada palavra é um defunto que me olha deus do céu preciso mais é escrever um poema qualquer poema
- acho que fiquei um pouco mais distante de mim
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júlio
fev. 2010
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