
CHOVE NA MINHA INFÂNCIA
Data 23/02/2010 20:30:24 | Tópico: Prosas Poéticas
| Uma chuva miudinha cai sobre a noite que nasceu cheia de cinzentos a prolongar-se pelo rio a fora, no seu caminho para o porto de escalada.
A lua está encoberta e as nuvens não cessam a chuva que vai caindo sem parar isto durante o dia todo, o que me deixou com um certo tom nostálgico e saudosista.
Recordo meu tempo de infância banhando-me neste mesmo rio que na altura pululava de peixe e crustáceos que nós apanhávamos movendo os pés na lama para eles saírem à nossa vista.
Belos tempos em que a chuva era bem-vinda para nos acompanhar nas nossas brincadeiras de criança, sempre pronta a inventar mil mundos onde reinava a horizonte o arco-íris do nosso riso.
Hoje tudo é tão assim e sem graça, nada é puro o suficiente para voltarmos à nossa juventude perdida por entre o relógio imparável do tempo que tem suas medidas bem concretas e enfadonhas.
Olho pela vidraça… rios de água escorrem por ela abaixo e passando a mão para limpar a humidade paro a observar que ainda chove a bem chover e que a minha infância ficou perdida nalgum mar.
Jorge Humberto 23/02/10
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