diário de maria cura

Data 24/02/2010 18:32:22 | Tópico: Textos -> Crítica


Diário de Maria Cura


cheguei ao interesse deste livro através de duas pessoas, FreitasAntero e Moreno.
(um abraço aos dois.)
falo de um policial, digno de autores, tais como os que escreveram "crónica de uma morte anunciada" (Marques)) ou mesmo "o terceiro homem"(G.Greene) .
apercebemo-nos do género desde a pág. 6 e que nos é dissipada todas as perguntas que colocamos ao longo do enredo apenas, na página 109.e quando tudo está resolvido (pensamos nós) uma outra surpresa é-nos lançada pela janela do epílogo. Destaco a idade de Maria Cura, tem a minha idade.
e a curiosidade sexual, não creio que seja uma cena que por aqui li, como uma coisa pornográfica ou erótica...parece-me mais que o Torres se preocupou com a normalidade que nós (homens e mulheres) fazíamos na altura da escola. Nem mais exagerado nem menos belo (cap2.pag.12) no Cap. 3, a descrição de uma jovem adolescente com todas as vicissitudes como o autor diz a certo momento "Maria ardia" pag 15.e a sua viagem à descoberta do sexo, não quimérico mas pratico.
No capítulo 4 pode se afirmar que Maria é uma mulher feita procurando aventuras e a sua perversidade e gozo das mesmas.
no cap.6 a Internet e o diário e a interligação a um real virtual, passo a explicar ..em luso-poemas encontramos de facto o diário de Maria Cura..o que enaltece sem dúvida esta ideia mágica da construção das personagem...o escritor neste caso foi extremamente feliz ..e o resultado é todo este capitulo. Nós, como usuário do luso-poemas entenderemos melhor. Fomos privilegiados neste policial, como que o autor deste livro nos quisesse agradecer.
o que mais gostei neste livro foi o cap.7,não porque nutro de um interesse próprio por coisas mais melancólicas mas sim pela capacidade e carga dramática do escritor ao longo da pág 45

" não olhou para atrás à saída,se o tivesse feito teria visto o seu próprio corpo dobrado sobre a sepultura,chorando." (cap.7 pág.45).

no capitulo 10 assistimos a uma cena extremamente bizarra, o sofrimento e loucura de uma mãe,
-até onde nos leva afectividade e a perda de alguém que nos é querido?

capitulo 11 uma primeira suspeita.
no capitulo 12 uma outra revelação surge, constrangedora, de facto, algo digno de um Eça de Queirós pelo enredo e situação.cap.13 o escritor promove o nome de "Maria cura" subtilmente...com a gata..quando esta se chama Maria e no final do capitulo ,completando-a através da frase "fosse isso razão e cura".
cap.14 o reencontro com o seu primeiro amor e, uma tragédia acontece, a viuvez.
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"foram sonhos a cores, com cheiro a liberdade"

Cap15 afinidade entre dois bons amigos..tal como deveria acontecer na realidade.
(pag.88)que de resto, continua no capitulo 16 ..a relação entre pai e filho com o estádio axa no papel de fundo. Muito bem conseguido estes dois capítulos. Até ao capitulo 19 o confronto de gerações..de 3 gerações concretamente. No capitulo 19 a preciosa ajuda de uma personagem.curiosamente tem o nome de uma personagem de Eça de Queirós.digamos que José Torres presta homenagem a um imprescindível escritor da língua portuguesa. Também ele o é ...com este policial o confirma.

a ti Torres um Grande Abraço





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