A cidade dorme, num sono profundo. Lá fora... Amanhece rapidamente Corre uma brisa, que nos desperta, Do torpor do sono A azáfama, começa de repente A correria… Toma conta das nossas vidas Absorvendo-nos, engolindo-nos Mais uma vez… Esquecemos o que nos rodeia Nem sequer, olhamos para o lado Não temos tempo!? Ou simplesmente, não queremos ver...! Ali! Alguém que pede esmola Acolá! Uma criança abandonada Mais abaixo... Um sem-abrigo Que há muito, perdeu a esperança É assim na minha cidade Em todas as cidades Em todos os lugares A história repete-se Esquecemos sempre O que se passa à nossa volta Como se não víssemos Ou então... Pura e simplesmente ignoramos... Estaremos cegos...! Ou à nossa volta Criamos uma barreira glaciar Que nos gelou… E nos tornou insensíveis...!? Porque será?
Gil Moura
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