MARGEM

Data 26/02/2010 00:36:19 | Tópico: Poemas

A margem
não o faz ser,
não o detém
quando em cascata se joga
cego e desfeito
num pranto insatisfeito,
no ímpeto de querer.
A margem
não o sustem
quando no mar poente
saudades da nascente
derrama e afoga.

Mas é em seu leito,
após cada dilúvio,
que encontra refúgio
e o pleno sentido
do labirinto percorrido,
quando se demora
no abraço quente,
terno e silente,
que antes, como agora,
sempre existiu
entre margem e rio.



Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=121390