sem número

Data 26/02/2010 21:54:52 | Tópico: Textos





a minha memória fecunda lágrimas nos teus olhos. tens um feto morto nos olhos, eu. talvez nunca assim tenhas tido ninguém, tão perto, tão dentro, tão fundo. prestes a afogar-se de sal. é por seres do vento e crescer-te mato entre os braços, silvas nos lábios. e dói, como não doer, o medo de perder, fugir para esquecer. não lembrar. espera, talvez amanhã não existam estas palavras e a memória te mate o choro. talvez amanhã acordes o mundo inteiro na boca, talvez. enquanto amanhã não chega abraça-me, que tenho um coração de pedra no peito à espera que não o deixes.



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