
Surrenderizado
Data 04/03/2010 22:07:35 | Tópico: Poemas
| Transfugidio holocausto Da beleza inescapável.
Deveria o arco-íris agradecer ao poeta Pela mímica senil dos verbos Ou não é o poeta quem deve agradecer Pelo desfio sadio das cores?
Todo dia o balde vai ao poço Um dia o fundo seca Desiste E se eu for culpado irei pagar!
Ah glória seminal do fósforo alarido Ah suntuosa tosse arredondando as bordas da existência! A ressaca dos calcanhares arrefece quente E todos os loucos vêm cirandear comigo no transe hiperbóreo.
Qual será a fronteira Entre a consciência e a loucura? Ai refestelo juvenil Já bem o sabes ardil arguto cabrão Fronteiras só há inventadas E quanto mais água mais transparência.
Ó júbilo histérico e contido! Ó sapiência tão caliente da cascata trincante Pocam cachoeiras maravilhosas em minh'alma Tanta hidratação afônica Que me trouxeram àqui.
Juventude extrêntica Esbravejando impávida Trucidando por compreender Exatamente àquilo que jamais poderia Compreender-se a si mesma.
Mas o vento ao jardim Vozes suaves na rua O vizinho abrindo venezianas A miríade dos contatos ativos Carros passando sobre um tampo de bueiro Telefones intrusos sobre a avó ao piano Uma sirene distante Uma moto sem sonorização Uma buzinadinha sonsa Um leve frio nos pés Tudo isto e mais um pouco Me mantêm honesto Presente e palrador E sem querer querendo Rude aos que fazem me elogiar.
A suprema e anciã magia - A Dimensão Da Dança.
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