sem número.

Data 05/03/2010 22:56:51 | Tópico: Textos





quase nada é tanto, quase nada é tanto e eu trago tão pouco: nos bolsos, no coração, no rosto só umas lágrimas. trazia-te o mar, o sal, os dias mas era tanto, tão pesado, que os deixei cair. e quase nada é tanto, quase nada é tanto e eu trago tão pouco de muito que há para chorar. queria-te um mundo, outro, mais leve, mais novo, mais nosso; um longe mais perto para abraçar num instante, qualquer coisa como restaurar o coração. mas é este quase nada, este quase nada à entrada de casa, nos bolsos das pernas, na palma da mão; este quase nada na ferida, no dorso, na pena, no pulso cortado, no peito blindado, na espera, no fundo, no chão. quase nada é tanto, quase nada é tanto e eu trago tão pouco.






Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=122584