
Conjectura
Data 18/07/2007 11:39:14 | Tópico: Poemas
| Seu último beijo queimou minha boca, Marcando-me os lábios, deixando-me em desatino... Revelando-me sua natureza, ao tirar a roupa, É como se estivesse presa ao meu destino... ~ Então esqueço da vida, esqueço do tempo! E passo a respirar somente seu perfume... A vida até parece passar num só momento, Expondo-nos a verdade de tudo que nos une... ~ Mas eu lhe falo com minha malícia desencarnada! Sei bem o que procuro, são tantos os desejos... À noite nos revela muitos passos na jornada, Iniciadas por um único toque de beijo... ~ No escuro, sei bem o que minhas mãos procuram, E dedilham-te, com um piano em sonata... Os sons que saem de sua boca, se perduram, Até que num êxtase, tu toques a poesia da madrugada... ~ Como se desencarnasse um amor profundo, De uma dor ao qual nada ensalma... Fazendo de nosso quarto, um pequeno mundo, Governado pelos confins de nossas almas... ~ Pois a alma governa e sente, todo e qualquer sentido, Reprimido ou não, pela pele se revela... Então o toque fala, até com gemidos, O que escondemos ao apagar das velas... ~ Como se ocultássemos nosso mar de prazer, Onde navegamos em ondas de suor... Em corpos que se esfregam... O que dizer? Então calarei, se assim achar melhor... ~ Assim não te direi nada, mas compartilharei, De nosso revés, quanto tudo silenciar... E quando amanhecer, de você não mais serei, Pois acordado, com você não posso sonhar...
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