«« Desejo ««
Data 16/03/2010 10:25:39 | Tópico: Sonetos
| Meu amor, ao despontar o luar não digas nada Olha-me apenas, verás no meu olhar a névoa De quem cala o que sente, água parada Na represa onde afogo, o desejo que não voa
Meu amor, ao despontar o luar se chorar, olha Verás a lágrima que cai no chão seco Desfaz-se em mil partículas de escolha A escolha que não faço, quando calo o eco
Da palavra, que me inunda o crer, quem sabe Inunda também o ser, aquele que não sou Aquele que o luar numa noite perdida matou
Mas o luar, por vezes é brilhante e inundou O desejo, e submergiu na ânsia em que não cabe O eco aflito temendo que o desejo não se acabe
Júlia Soares ( pseudónimo )
|
|