Corpo a Fio

Data 16/03/2010 14:32:05 | Tópico: Poemas

Musica...
Os sons dos teus passos
transmutam minhas cores em imagens escalafobéticas de um caleidoscópio
São coloridas nossas vergonhas como vitrais de Chartres,
e em cada cor se misturam nossas formas, formando sem mil molduras orgásticas.
Desenho no frêmito do peito, as partituras de nosso amor onírico, sonho e realidade copulante.
Almas entranhadas, gozo por corpos diferentes, sumo sugado pela boca na carne.
Amor de seiva bruta, mel que escorre ante a vulva... sabor de filho.
Você é assim, tipo Bóson de Higgs.
Mulher prismada, partícula metafísica do amor
Ventre que pariu meu cerne, vulva dourada e adora pelo âmago de meu ser.
Mulher crua, pele quente, dorso branco...
Arquipélago de meu amor liquefeito, meu corpo é palco onde dançam suas pernas,
Bóia em mim tua língua transviada, nau de meu corpo sem rumo.
Temos corpos estáticos, forças que surgem de lugar algum, pólos diferentes que se atraem.
O rumo certo são tuas pernas desembrulhadas, lago onde mergulho,
labirinto onde quer se perder, e onde se encontra.
E eu me perco pra te encontrar, e em seu corpo desfaleço.
E agora me vou, me perco, me encontro, e me retiro do mundo pra morar em você.
Fim, morte que nasce.
Do amanhã vivemos imensamente.
Imensamente alto.






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