Meu amor em quantos silêncios Falo contigo na calada da noite E nas longas conversas que mantenho Falo-te de uma floresta… Onde os pássaros são livres e afoitos Mesmo que o vento por vezes açoite As árvores na sua sonolência
E com engenho…
Uma arte que não aprendi Mesmo assim na noite insone Meu amor falo de mim, falo de nós Afino a aresta… Imagino-te ali. Aqueces-me num abraço que arde Num braseiro manso, que espalha beijos
Nas faúlhas, cintilantes que saltitam…
Assim eu soubesse saltitar! Meu amor o silêncio iria esconder Lá, na floresta do inconsciente E assim, eu iria bem alto falar Que és o meu sol no amanhecer És o meu ninho, mesmo no silencio aparente.
.................
«««««Lágrimas«««««
Há um nó na garganta que oprime Os dias que espreitam ao longe As nuvens que correm velozes Esperam, que o tempo passe Quem sabe choverá…
Oprime e cala o desaire De partir e não olhar para trás Este grito castrado, há saída Enleia-se nas nuvens do meu olhar, distante
Um pingo de chuva cai na ruela Silêncio…
A calçada molhada, é fria As nuvens pararam agora O tempo olhou-me e virou a cara Não, não chove…