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Data 17/03/2010 00:32:11 | Tópico: Poemas




«««««Calada «««««««


Meu amor em quantos silêncios
Falo contigo na calada da noite
E nas longas conversas que mantenho
Falo-te de uma floresta…
Onde os pássaros são livres e afoitos
Mesmo que o vento por vezes açoite
As árvores na sua sonolência

E com engenho…

Uma arte que não aprendi
Mesmo assim na noite insone
Meu amor falo de mim, falo de nós
Afino a aresta…
Imagino-te ali.
Aqueces-me num abraço que arde
Num braseiro manso, que espalha beijos

Nas faúlhas, cintilantes que saltitam…

Assim eu soubesse saltitar!
Meu amor o silêncio iria esconder
Lá, na floresta do inconsciente
E assim, eu iria bem alto falar
Que és o meu sol no amanhecer
És o meu ninho, mesmo no silencio aparente.


.................


«««««Lágrimas«««««


Há um nó na garganta que oprime
Os dias que espreitam ao longe
As nuvens que correm velozes
Esperam, que o tempo passe
Quem sabe choverá…

Oprime e cala o desaire
De partir e não olhar para trás
Este grito castrado, há saída
Enleia-se nas nuvens do meu olhar, distante

Um pingo de chuva cai na ruela
Silêncio…

A calçada molhada, é fria
As nuvens pararam agora
O tempo olhou-me e virou a cara
Não, não chove…

São pingos de sal, que a garganta engole.

Antónia Ruivo




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