Há sempre um tempo de ir e vir numa denúncia do tempo que se percorre e o que se quer percorrer, no caminho que percorri não encontro escolhos nem dejectos, sou eu mais o meu caminho numa transmutação perene da realidade que vivi e quero transladar para o que quero viver numa utopia simples de que o caminho me pertence e sempre me pertencerá, sou dono da utopia e assim me quero manter nessa certeza que o irreal aos olhos dos outros é uma realidade, só minha, abano-a e cai neve qual souvenir de Paris, inverto-a e a areia esvai-se tirando-me o tempo que preciso para me viver, mas posso sempre inverter a minha ampulheta, numa linha sem fim num devir eterno e só meu. Nas tardes do meu estio sou o sol ameno que cobre a seara de amarelo, aquece a noite que se anuncia de lua cheia para me iluminar o caminho que é meu e de quem me der a mão.
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