
«« Carta a mim mesma ««
Data 18/03/2010 09:38:57 | Tópico: Poemas
| Esta madrugada escrevo. Uma carta a mim mesma. Acabei de vislumbrar o seu olhar guloso Ou está doida… ou está só… enganosa É a forma de escrever seu curioso
Escrevo-te esta carta, nada Como nada é a realidade quando escrevo Escrevo-te esta carta e assim me atrevo A dizer o que não sei, atrapalhada
Fico sempre que penso… o pensar mal me faz Penso que escrevo quase nada, num tanto que sou capaz
De falar à muito perdi o jeito Para quê? Está louca logo diziam Agora ponho tudo no papel, a preceito Coitada louca está, mal fariam
Se me lessem, e me vissem como sou Mal fariam… se me olhassem a direito Sou a tal que vou escrevendo, aqui estou De alma vazia… nem tudo é perfeito
Perfeita seria eu se mentisse, ou iludisse Quem navega em mar alto, tem mais valor
Pobre de mim sou pescadora no areal Onde a maré vem despejar, todos as coisas Que o mar rejeita numa fúria abismal Como abismal são aos seus olhos todas as lágrimas
Aquelas que esta carta não mostra Mesmo agora que acabei de me escrever Vejo o seu sorriso igual a ostra Em prato raso prontinha p`ra comer
Por favor deixe-me terminar, um abraço e um beijinho Um calor, para mim é tudo ou nada Atenção, é aquilo que preciso com carinho Do nada que sou… para nada, assim dou esta carta por acabada.
Antónia Ruivo
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