HERANÇA

Data 18/03/2010 10:00:46 | Tópico: Poemas

Em memória do meu avô Carlos, alentejano, que um dia, aos doze anos, vi morrer debaixo das rodas de um caminhão - consagro.

depois do terceiro porto pá
as palavras saem rubras
e a memória senta-se
e põe-se a chorar um pouco


ai este mar tão distante
ai coração sem sossego
p'ra que tanto navegar
se não conquistas já não há?

longe longe
oiço o solo triste
da guitarra

ai em mim esta dor
ai em mim este pranto
ai em mim este fado
ai em mim este fardo

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júlio


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