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 Fantasmas do tempoData 18/03/2010 22:50:34 | Tópico: Poemas -> Sombrios
 
 |  | FANTASMAS DO TEMPO 
 Naquela mesinha do canto
 Onde já assenta a poeira
 Há a figura dum Santo
 E ao lado uma cadeira.
 
 Ao Santo já fiz promessa
 Trazia a Vida em sobressalto
 Mas um dia com a pressa!?
 Para chegar lá mais alto
 Ao esconder os meus segredos
 Deixei a vida escapar pelos dedos.
 Tombei a jarra, morreram as acuçenas
 E também as minhas esperanças
 O diário onde assentava minhas penas
 Com a àgua, não resistiram as lembranças.
 
 Mas a mesinha do canto resistiu
 E ali ficou anos sem lamento
 Tem o pó, mas ninguém viu!?
 Ao lado a cadeira onde ainda me sento.
 Mas foi dura a minha sorte!
 E o Santo também não perdoou
 Ficou a Vida p'la hora da Morte
 Feita cárcere me engaiolou.
 
 
  
 De vez em quando olho a poeira
 Que os anos tão bem assentaram
 Pobre de mim e da cadeira
 Que os fantasmas do tempo mascararam.
 
 rosafogo
 
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