
Interlúdio
Data 20/07/2007 11:41:02 | Tópico: Poemas
| Fale-me de nossa notoriedade, Pergunte-se sê não temos nada a repor, Saiba que rugas são marcas da idade, Mas cicatrizes são marcas da dor... ~ Nossos corações eram semelhantes, E tinha em si, um sentimento análogo, Onde o amor deveria estar sempre presente, E não somente nos versos que lhe trago... ~ É muito confuso esperar o fim do mundo, Não sei sê eu deveria tentar lhe explicar, Pois são como pesos que nos levam ao fundo, E põem em nós mais duvidas a multiplicar... ~ Sei que ainda tens nos olhos, o brilho, Aquele mesmo que um dia me encantou, Mas a tua cabeça repousa no dormente do trilho, Esperando por um trem que já passou... ~ Não tente ler o futuro em minhas mãos, Nelas escondem a minha sina de desamor, Desconsidere minhas palavras, quando te falar em vão, Às vezes sou vazia, como fruta sem sabor... ~ Sou como o som desprendido deste interlúdio, Ecôo grave neste acústico de paredes brancas, Já fui tua rainha, mas deposta por perjúrio, Hoje choro, resumido nestas palavras francas... ~ Desta natureza somos filhos estranhos, Frutos que algum deus grego gerou, Somos anjos profanos de olhos castanhos, O começo de algo que já terminou... ~ É como o sol, em um melancólico final de tarde, Mas um dia acabou, a noite fascinante nasceu, Saiba que esta ferida sem corte ainda arde, Posto que assim, foi que nosso amor morreu...
|
|