Ambrosia

Data 20/03/2010 02:01:59 | Tópico: Poemas

Que seja eu - e não o meu ego - minha companhia,
como se eu fosse um livro importante e ele não.

Que seja eu a amnésia à qual o silêncio se curva,
como se curva o sol quando vê a noite em seu vestido real.

Que uma libélula afoita me conceda um pseudônimo
e de mim faça algo que a lembre o vento ou o bambu.

Que o meu rio se aquiete em seu ir e vir,
que se faça margem dentro de mim.

Que as nuvens tenham um quê de ambrosia
enquanto agora eu devoro o céu.

E que depois de satisfeita eu também me vá,
levando tudo e contudo só.




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