
Perfídia
Data 20/07/2007 11:48:35 | Tópico: Poemas
| Percorria ao teu silêncio limpo, Vendo no horizonte, as luzes sendo apagadas! Assim me embriagava, perfeito absinto, Deixando-me tolo, a cada gole que entornava... ~ E de tão tolo, comecei a tropeçar por suas ruas, Acabando por cair sobre as suas calçadas. Mas a dor do tombo doía menos que a lembrança tua, Fingindo-se amar, numa alegoria dissimulada... ~ Alegres e tristes olhos que se defrontam ao espelho, E mal sabem eles se descartar de uma verdade... Onde por inabilidade, a mentira é seu aparelho, Que reproduz com fidelidade ao teu ato covarde... ~ Quiçá, um dia Deus lhe apedreje, Assim como fez a mim, em noites de solidão! Mas isso, não é porque mal eu te deseje, E sim porque acredito que pra todo mal há correção... ~ Porque o mal está nas ruas, escondido nas cidades, Mas o teu é uma majestade reinando em seu coração! Ele diz sim e não, fazendo todas suas vontades, Enchendo-te de vaidade, e caminhos sem direção... ~ E não acredite que possa voltar por esse caminho, Pois mesmo conseguindo, o teu rastro vai mostrar! Que não erraste apenas por falta de carinho, Mas sim porque nunca soubeste amar... ~ Inapta, não deverias comandar ao meu barco, Deixando-o a deriva, em meio a um furacão! Imprecisa, não devirias usar a flecha e o arco, Para acertar o nada, gastando minha munição... ~ Então hoje por frustração, me embriago de vida! Sendo acordado com ressaca ao lado da morte... Enjoado com a tua imagem mil vezes refletida, Em um espelho quebrado pela falta de sorte...
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