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Data 22/03/2010 01:23:51 | Tópico: Poemas

Vê, amado, este poema meu;
que nele estou nua, como uma miragem;
sente o perfume da palavra angústia;
prova o espinho que me acaricia.

Lê, amor, a minha pele em branco;
que o profundo é vago em tuas mãos vazias;
que qualquer manhã morre mutilada
na ausência fria da tua mudez.

Sente, amor, os meus sonhos por dentro;
que estás suspenso à beira de mim,
como um anjo vaga - já farto de céu.

Toma, amado, este poema meu;
que meu corpo é ode ao teu lábio tinto,
à sombra do tempo e silenciado.



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