Estiola-se a tarde,
fragmentada pelas névoas de calor que me assolam
numa quietude estática
de um tempo que parou
na memória de um sopro
que me esquarteja a saudade.
Vejo em cada rua quieta um fio do teu cabelo,
no buliço que deixou de ser
descubro a tua voz que suave me dedilha a paixão,
em cada cruzamento a encruzilhada de nossos corpos
e lá entre os prédios vislumbro uma nesga de mar,
suor escorreito de nossos ventres
na lenta agonia dos murmúrios orgásticos