
Qualquer coisa...
Data 23/03/2010 21:53:23 | Tópico: Poemas
| tenho nos ombros a forma impressa do tempo que quis, como espécie de emoção do tudo e nada que sou. o ventre é lama lúcida e desbotada, que exprimo invisível no enigma dos velhos livros.
carrego nesta angústia uma ilustração remendada, uma síncope de embrulho falhado, uma imaginação de tudo o que não disse. cravo o sonho na vida, como se a mesma fosse uma divindade grotesca, como se a alma fosse uma saia de pregas.
mas ao mesmo tempo sinto-me louca neste estar, neste querer ser menos frio no calor da humanidade. sobem em mim todas as dúvidas, como querendo sentir a dor alheia, como querendo ouvir o silêncio do céu.
há em mim uma qualquer coisa que espera, como quem não espera a véspera do passado.
Eduarda 23/03/2010
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