… à deriva

Data 20/07/2007 23:21:05 | Tópico: Poemas

Na aparência de um vento fez-se silenciado espanto
repassando a distância que nos separa
na plasticidade maleável deste Julho fim de tarde.

Do mar o cheiro a sal e a saudade,
de caruma intenso -
o cheiro da tua pele verde de ave ulcerada.

Estes odorem a sódio, a sangue e a saliva
que nos estripam
e nos revelam o ventre em concórdia aguerrida.

Devagar, muito devagar
na aparência de um vento, um lágrima
é agora caravela no rio do teu olhar

… à deriva

devagar, muito devagar
do horizonte tomba na areia uma gaivota
ferida…


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