Meros acessórios

Data 30/03/2010 12:07:55 | Tópico: Prosas Poéticas

Hoje as palavras, são meros acessórios de um teatro qualquer, onde se desempenham papéis improvisados por um guião enlouquecido, gemem, obtusas, perdidas por ai na noite há procura do seu sentido real.

Sentadas no mar que as embala, contemplam o horizonte longínquo, analisam, invertem-se no passado, alheias ao brilho das estrelas. Na solidão da noite, sentem-se cercadas pelo pulsar da vida, impotentes.

Da mente jorra em catadupa os sentires prementes e dispersos pelas paredes que cobrem o corpo fugitivo e na profundeza da alma desenrola-se a peça escrita por um punho rendido.

É tempo de serem o que são, palavras libertadas da essência de serem livres e amadas, é tempo de sobrevoarem o azul do céu, num voo planado e eloquente, é tempo de serem tempo no tempo que resta.

É tempo de exigirem o seu próprio tempo.

Escrito a 28/03/10


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