Mesmo que o sol queime o meu corpo, e que o vento traga tempestade, e que a tentação do caminho envolva minha alma, tenho fé e continuarei caminhando.
Cantarei à lua e beijarei as nuvens, vou enamorar-me com as estrelas, vou escrever o meu destino com a pena da percepção, pois tenho fé e continuarei caminhando.
Já não desisto da batalha antes do ressoar da corneta! E se anjos e demônios disputam o meu corpo, que fiquem com ele!
Pois minha mente é livre e meu espírito voa para lugares longínguos imagináveis, onde a dança cósmica se revela aos olhos eternos do Infinito.
E se a Morte me convidar para uma dança, reclinarei a cabeça e direi que serei velho demais para dançar tão novo e adio o baile para o amanhã.
e se as ninfas quiserem minha companhia direi que sou um fauno velho demais para correr e brincar na floresta e beber de seus conos o vinho da devassidão.
Já não vejo graça nas festas e em sorrisos falsos, fujo dos medíocres e das possibilidades de enfadarme aos cânticos de bocas podres e de suas pobres promessas.
E ainda que atirem suas setas e firam meu espírito com veneno, eu terei o antídoto da salvação, A fé em que continuarei caminhando.
E que ninguém acredite em mim, que todos duvidem de minha vitória, não me importo com as opiniões alheias dos derrotados e medrosos que temem em caminhar...
Eu tenho a minha fé e continuarei caminhando dentro da minha própria tempestade...
São Gonçalo, 18 de janeiro de 2010.
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