sem número.

Data 30/03/2010 20:03:53 | Tópico: Textos







nunca percebeu o que eram les jours tristes, nem nunca compreendeu le bras de mer. nunca quis nenhum lugar demasiado longe, aquele lugar para morrer em paz, encostar a cabeça no peito e ouvir o coração. partiu, entre as mãos levou a certeza de quase ter sido a amante perfeita. eram negros os cabelos, recordo, à despedida. nos olhos uma história para ser contada ao ouvido, o que poderia ter sido se, o que agora não era por partir rumo a um país novo. e ela foi quase primavera, quase março, quase amante, sem nunca ter acordado as flores, sem nunca ter comido terra, sem nunca ter gostado de hoje. era este o tempo, bem o sei, de a ver partir comigo ao colo, mas fico eu no corpo que é meu, onde alimentei esta certeza de amar este estado de estar entre. nunca entendeu que língua fala o meu coração, que os gestos são como árvores a crescer para a terra, que o sal tempera, que o mar vem depois do adeus, à noite, ferir-me o corpo com canções, espera.









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