PRISIONEIRO DA POESIA

Data 30/03/2010 21:20:04 | Tópico: Poemas

<img border="0" src="http://img1.imagehousing.com/100315/5 ... 9abdf537cfd0ecc.jpg" alt="Free Image Hosting View Photos Photo Pics"></a><br>
PRISIONEIRO DA POESIA

Quero enclausurar-me,
Suspenso nos cabos dilacerantes do sábio tempo.
Deixem-me uma nesga de céu para contemplar,
Nestas pérfidas masmorras da penitência,
Casto castigo numa autenticidade impiedosa e sem escrúpulos
Ah, Meu deus,
Sei que será tarde,
Quando a foice cintilante da morte me beijar, sinto mumificarem-se os rios, secando planaltos estendidos em sonhos e convicções.
Dizei-me poetas das arábias,
Que ventos se levantam, rasgando feridas ácidas nos ventres inférteis dos sentidos?
Libertem-me de tudo o que me enoja de ser homem, neste marasmo que não ousei sequer desejar!
Bastar-me-á pão e água e o dom da palavra pra erguer a igreja onde sou Deus.
Não me tirem as logorreias de poesia que me trespassam o corpo e explodem nos meus lábios como lava incandescente dum vulcão.
Não me tirem a poesia, que respira em mim por cada poro, apenas me impeçam de escrever poesias tristes,
Porque essas...
Ah, Meu Deus,
Essas, dói tanto vivê-las...

Regensburg
30-03-10
Beija-flor




Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=126209