A vida dói na essência do corpo. Sensações análogas da existência. Dói a dor da complexidade da alma, êxtase entorpecimento dos sentidos.
O sentinela está morto!
O deus se mostra no cômodo barato de dormir numa cópula ensandecida. A rainha branca abre as pernas para o peão preto. Então tudo é mistério...
O universo: carrossel de mistérios!
Todas as lágrimas transformam-se em oceano quando navegamos em tristeza. Os ratos invadiram a dispensa, O cão velho ladra mas não tem forças para morder. Não há estrelas no céu da cidade. Verdade, mentira e omissão: ménage a trois.
Se o coração já bate, por que a vida bate?
A vida dói. As vezes, até sem querer. Dói na contestação da própria morte. O mito, queimou-se no incêndio dos arquivos da biblioteca (quando ainda não havia internet) e sumiu para sempre.
O padre reza, o pastor ora, a mãe-de-santo recebe, o governo tira, o ladrão toma, a puta dá, a polícia prende, o advogado solta, o médico cura, a testemunha jura, o marido mente, a cigana ri e o poeta, o poeta dói. O poeta dói na essência e na complexidade da própria vida.
São Gonçalo, fevereiro de 2008.
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