Um lago chamado Perdão!

Data 01/04/2010 17:42:55 | Tópico: Poemas -> Reflexão

Quisera entender o lago de águas correntes, cristalinas a verter de minha consciência
Pudesse nele banhar-me a limpar a poeira cinzenta da onipotência que não admite erros.
Livrar-me-ia da fuligem de auto-exigências que não suporta tropeços...

Libertar-me-ia do pó controlador que empoeira minhas emoções, que prendem o meu sentir.
Isentava-me da sensação que não me deixa reconhecer que sentimentos e reações são de minha exclusiva propriedade, e não dou direito a ninguém de neles intervir...

Expungiria a cinzenta poeira que me tira o poder de decisão do quando me sentir bem ou mal, alegre ou triste,que rouba o poder sobre mim mesma, escamoteando o valor de minha autoestima.

Poderia nele purificava-me das nuvens obscuras carregadas de poeiras que nos maculam, acusam e nos fazem acusar, que não nos deixam entender que erros existem para serem cometidos, admitidos, corrigidos e com eles aprendidos e que marcas e cicatrizes deixada por eles, são troféus de batalhas.

Quisera poder sempre mergulhar nesse lago límpido de minha consciência em seu não severo juízo julgador, que tem o dom inato de reconhecer em nós a imperfeição, a objetividade da não superioridade, da crueldade, das inquietações dos medos, remorsos e culpas esvaziando-me de sujidades...

Quisera... Mas as águas de meu lago parecem ainda gratuitamente revoltas e turvas...

Lufague



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