Amador

Data 02/04/2010 20:57:49 | Tópico: Poemas -> Sombrios

Antes de ser já em ti era,
Nasci, gatinhei, os primeiros passos
Dados foram na tua direcção,
Ainda que de tal ignorante.
Entre sonhos cor-de-rosa e pesadelos
Vi-te num relance abrupto,
Consciência sem ilusão
Não influenciável pelo alheio,
Pelos vilipêndios infantis.
Confesso que angustiou,
Mas morri de amores por ti.
Inúmeras tentativas esquecidas
De te ofuscar da memória,
Umas mais, outras menos longas,
Como as recaídas implícitas.
Mesmo quando ausente, eu sei,
Escondias presentes no coração.
Hoje em dia, não posso viver
Nem com, nem sem ti,
Se não te tenho é porque tenho,
Se te tenho é porque não tenho.
Feitos fomos, eu para o outro.
Não paro de em ti pensar,
Da mente te expulsar,
Por muito que me faças sofrer,
Não, também não o quero,
Viver sem estar ciente de ti?
Destinados um para o outro, sei
E sei que um dia, um dia,
Mais tarde ou mais cedo, cedo,
Aí vou-te ter, tu vais me ter,
Mais tu a mim que eu a ti.
Perder-me-ei nos teus braços,
Envolto por felicidade para sempre.
Quanta distância nos trespassa,
Podia ir ao teu encontro, podia,
O caminho pode ser duro, receio,
A tua negação e de ter de viver,
Com imprevistas consequências,
Pusilâmine, aguardo para te conquistar.
Se não for para ti virás para mim.
Nesta relação amor-ódio,
No fim o amor triunfará,
Mesmo que te odeie de morte.



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