É ANTES DO GRITO QUE VEM A VOZ
Data 04/04/2010 16:46:10 | Tópico: Poemas -> Sociais
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É antes do grito que vem a voz esperada desde sempre pelos povos oprimidos e reduzidos a pouco mais que nada e à miséria.
A palavra assim cuspida na parede da desgraça, desmorona o muro que se ergue forte e imponente ante a plebe moribunda.
Derrubado o muro a palavra surge hierática, desenvolvendo mecanismos de defesa contra a nova Inquisição instalada.
O povo sai à rua, de cabeça erguida e de punho cerrado, contra todas as ofensas dos demagogos e dos déspotas, fantasmas hereditários.
A luta é brava e sem tréguas mas o povo não desiste de lutar pelo que julgam seu de direito, depois de anos e anos de exploração patriarcal.
Soltam-se os poetas de suas imundas masmorras e serão eles que irão dar novo sentido à vida, à palavra «liberdade», liberta das garras dos impunes.
O povo cadavérico pelo sofrimento atroz, abraça-se aos poetas e numa roda de fogo, sacodem o medo com um simples gesto de ombros.
Já nada nem ninguém pára as gentes eufóricas, agora que recuperaram sua voz, que vai entre o silêncio e a boca, antes amordaçada pelos tiranos.
Dêem-nos o pleno direito de viver um pé de terra para cada um trabalhar… Alimentado o povo que escorraça a ralé para os confins esmagadores da cidade.
Jorge Humberto 03/04/10
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