O punhal

Data 05/04/2010 23:12:02 | Tópico: Poemas

Quando deu por si era uma moça,
Dezoito anos em um corpo esguio.
A face branca, boneca de louça;
Dentro dos olhos um luzir sombrio.

Os lábios virgens pareciam ter
Rubras saudades do beijo não dito
E as mãos sem gestos queriam dizer
Ao céu, ao mar, a todo o infinito

Que o mundo a si fez mal acabado
E que o punhal adeus, no peito fincado,
Era o gume do amor cravado na sorte.

Abriu-lhe a bainha, como num sonho
E sabendo a terra um lugar medonho,
À beira da vida entregou-se à morte.



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