OCASO

Data 06/04/2010 02:15:27 | Tópico: Poemas

No ocaso dos meus versos
encontrei o sol se pondo
e vi a lua nascendo já morta
na noite sem estrelas, amorfa

Havia pétalas murchas
em lamaçais, pisoteadas,
e borboletas esmagadas
sobre rochas velhas, rubras

Fragmentos de bê-a-bá tolos,
sílabas gaguejadas, soltas,
e também rimas revoltas
em poemas desbaratados

Foi o entardecer da inspiração,
última gota d'agua, insípida
nota-fim do canto do cisne, nítida,
voo sem direção e sem lucidez.

Ah esse luar que não floresceu,
tantas estrelas jamais acesas,
céu da noite apagada, espessa,
madrugada esquecida na correria.

Gilbamar de Oliveira Bezerra



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