Fora dos campos

Data 06/04/2010 10:44:08 | Tópico: Poemas

Desenganos sopram do fim da tarde em grandes
Campos de vacaria, carros que passam, em teu horror.
Trânsito insuspeito, travados, reles, deselegante.
Descuidado, estância de ressacada de rio, raio de temor.

Acaba com um sentir, desprevenido, solto,
Fala de fins soprados em sol penetrou vermelho
Derrota flagrante, loucos de vinho morto.
Seus olhos disseram não, acenava casaco negro.

Com vento, balança, na boca, canta, o fogo, o corpo.
Deságua rio, pois diz eterno, ainda que não vida.
Voa com direção, mas baila sem chegar ao porto.
Andavas, tropeçavas na lentidão da avenida.

Era normal, suas subidas, raras ruas, paradas de sinal.
Os jornais, bancas, bancos das praças, o fim da tarde.
Lutam, ladeiras, preces perdidas, caminho tão leal.
Já não chora, não leva de volta, às 13 horas em parte.


Fabiano Reis


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