Poema 35. "é impossível bloquear a Luz"
Data 11/04/2010 08:41:14 | Tópico: Poemas
| ao poeta Sebastião Gama, morto em 14/Out/2000
Cinco da manhã. O despertador do meu relógio de pulso acorda-me da noite em que ainda não dormi.
A torre do tempo. A mesa quase redonda do café ao fundo deste cais adormecido. Um vagabundo de partida, quando da noite amanhece o dia, para o banco esquecido nesse extremo do jardim.
Ali se estira, ali se esquiva, ali se acolhe ali se esconde ali foge de si…
Envergonha-se da Luz que ao fundo da pupila desmaiada lhe mostra as ruínas da vida. O pêndulo do tempo naquela face envergonhada e suja e encardida dobra-lhe a sombra da esquina onde se acolhe, humedecida.
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