Outras margens perdidas

Data 12/04/2010 12:37:11 | Tópico: Poemas

Não há margem que resista
À filtragem do lodo morto
Pela tenacidade das águas

Não há rédea que persista
Na paragem do veio torto
Pela caminhada das mágoas

Não há que carpir desalentos
De um tempo que acabou
Perante o restaurar de um novo

Não há vestes nem paramentos
Ou tentáculos de quem usurpou
Pela calada tirar da galinha o ovo

Estratégias enumeram-se várias
De múltiplas causas e condições
Que ninguém ousa dissipar

Margens de manobra precárias
Repletas de insatisfações
Sem meios para as contrariar


António MR Martins

2010.04.12



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