
HOMENAGEM A ADRIAN RAFAEL MORALES GONZÁLEZ
Data 13/04/2010 00:55:44 | Tópico: Sonetos
| NAUFRAGIO A Chiquita, un día de enero Manos en desuso roban tu fatiga iluminan la madrugada con pupilas sordomudas alcanzo el límite te beso desgranas mi sexo y no lo noto ausente manera de avergonzarme te bebes mis andanzas mientras naufrago en tus túneles sonámbulos. ADRIAN RAFAEL MORALES GONZÁLEZ
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“em teus túneis sonâmbulos” Caminho em noite fria Vagando a poesia Sem sequer os preâmbulos Meus passos são noctâmbulos O verso que se cria A sorte se que adia Os passos dos funâmbulos Vestindo a melhor sorte Procuro por um norte Aonde não pudesse Além do que me cabe Bem antes que desabe Quem sabe tenha a messe?
2
“enquanto naufrago” Por dias sutis Talvez mais gentis Vivendo este afago O quanto inda trago O quando já quis Se tudo desdiz O que fosse lago Jogando o meu barco No cais que procuro O tanto se é duro O chão que eu abarco Poeta sonhando Com mundo mais brando...
3
“te bebes minhas andanças” Fazendo da fantasia O que quer e ora me guia Muito além destas lembranças E se tanto enquanto avanças Eu também já poderia Desvendar minha agonia E tocado em esperanças Não pudesse ser somente O que sinto a se pressente Num momento mais audaz Hoje sou se libertário Muitas vezes necessário, Mas a vida nunca traz.
4
“ausente maneira de me envergonhar” Lutando com fúria percebo o final Sabendo se tanto pudesse venal O quanto não cabe meu mundo sonhar Talvez possa mesmo sentir o luar Chegando de manso raio sideral Gerando o caminho que sei sem igual Bebendo a certeza medonha do mar Assim também sigo sabendo da sorte Que tanto queria mudando o meu norte E quando pudesse sentir tal alento Não tendo certeza servindo este sonho Aonde eu queria tanto que componho O meu próprio verso bebendo este vento.
5
“e não o noto” Deveria A alegria Se eu desboto Nunca boto Fantasia? Poesia Vou remoto Caminheiro Por inteiro Sabe cedo Desvendar Do luar Seu segredo.
6
“debulhas meu sexo” Tocando macio O quanto desfio Sem rumo e sem nexo Amor se complexo Vencendo este frio Jamais desafio Se nele o reflexo Do que já não sou Tampouco restou Do quanto se fez Sem ter nem por que O que se vê Pura insensatez.
7
“te beijo” Te quero Sincero Desejo E vejo Austero Mais fero Lampejo Do amor Por que Se vê Na flor O brilho Que trilho.
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“atinjo o limite” Dos sonhos sem voz E quando feroz Talvez acredite No rumo que grite No canto do algoz E tendo estes nós Decerto um palpite Gerado do nada Do nada se cria A tal fantasia Já tão destroçada Permite somente O que não se sente.
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“com pupilas surdo-mudas” Com caminhos mais diversos Nada sabe quem dos versos Na verdade não acudas Sortes grandes ou miúdas Dias vários e dispersos Navegando em universos Onde nunca mais acudas Sem sentir qualquer alento Desespero sei de cor, Nem deveras o maior Nem o frágil pensamento Se eu pudesse não seria Deste jeito a poesia...
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“alumiam madrugada” Os meus olhos se nos teus Já não vejo mais os breus Dita sorte profanada Na versão mais aguçada Novos dias sem adeus Quanto pude mesmo em Deus Perceber a mesma estrada Já traçada por quem tanto Ao mostra-se em desencanto Proferira novo dia Sem saber do quando iria Navegando a poesia Destemido e sem quebrando.
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“roubam tua fadiga” Os meus passos audazes E se tanto perfazes Porquanto desabriga A sorte dita a liga E nela tão mordazes O quanto sei que trazes Enquanto se persiga A tua própria luz Que se tanto produz Reproduz cada sonho Aonde meu desejo Tomando o rumo eu vejo Além do que proponho.
12
“Mãos em desuso” Pés em conjunto Quando me ajunto Passo confuso Sigo sem fuso Se eu sei do assunto Eu me besunto E cada falso Novo percalço Passo sem rumo Vivo caminho Cedo ou sozinho, Sempre me esfumo...
VALMAR LOUMANN
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