
A COR DA PELE
Data 17/04/2010 01:24:03 | Tópico: Contos -> Infantis
| CONTO: A COR DA PELE
Duas crianças brincavam despreocupadamente na areia da praia, uma de cor negra e outra de cor branca. Brincavam com tanta alegria, como se tivessem a vida inteira para ser felizes juntas. O menino da pele negra brilhava ao sol pela sua cor de ébano, e o menino de pele branca construía o seu castelo, sem que nenhum deles lembrasse da cor da pele. Ambos eram uma visão contrastante, mas harmônica, porque sorriam e se ajudavam na brincadeira com a areia. Passaram o dia brincando juntas, e no outro dia se encontraram novamente. De repente, era como se fossem dois irmãos, sem a consciência de negritude e de pele branca. Brincavam como filhos da vida, sem notar o mundo dos adultos. Até que, um dia, um desses adultos distantes, passou pelos dois meninos, parou e sorriu. Olhou para a pele negra e para a pele branca, e não para a infância que estava à sua frente. E a pergunta inevitável: - Vocês são amigos? E os dois responderam prontamente: - Somos!!! Porque? - Porque negro e branco nunca se entenderam... só por isso. As duas crianças olharam-se, surpresas, como se estivessem se analisando pela primeira vez. O menino cor de ébano olhou, surpreso, para o seu amiguinho e depois para si mesmo. Depois, indagou curioso: - Moço, o que é branco e negro? - É a diferença da cor da pele de vocês dois. O outro é tão branquinho e claro, e você é negro: brilha como a noite. Só isso... O estranho adulto continuou a caminhar, seguindo o seu caminho na areia quente da praia. Os dois amiguinhos se olharam, surpresos. O menino da pele negra olhou novamente para si mesmo, depois olhou para o garoto de pele branca. Colocou seu braço escuro perto do braço claro do amigo, e pediu: - Você se importa de eu ser negro assim? A que o menino branco respondeu, prontamente: - Se você não se importa que a minha pele seja clara... Os dois olharam-se e sorriram. E recomeçaram novamente a brincadeira de construir castelos na areia. Novamente, esqueceram-se de si mesmos, da cor da pele que os diferenciava, e eram somente duas crianças vivendo a infância com alegria. Mas, dentro da mente de ambos, começou a latejar o pensamento escondido, de que um era branco e outro negro. No entanto, ambos tinham uma leve sensação de liberdade, porque a cor da pele não importa, quando se quer amar o outro de verdade.
Saleti Hartmann Cândido Godói-RS
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