SENHORES DO MUNDO
Quantos gritos brotaram da terra
Salpicos de sardas na foz do olhar,
O medo no espanto, a alma que berra
Armas caladas, escondidas da guerra,
Respirando a serra
Do meu revoltar.
Sinto-me tarde nas pressas
Em pedras lassas de veludo,
Engolindo e sorvendo às avessas
Rituais de gravatas e promessas,
Encenado em peças
De cinema mudo.
Que voraz este apetite grande e bruto,
Aniquilando o espreguiçar da sapiência,
Num sistema angular e bem corrupto
Lançam ao ar o cheiro de charuto,
E vestem de luto,
A inteligência.
São os senhores do mundo actual
Que falam, que mandam, fazem lei,
Decidem, regem, não fazem mal
Guiam a barca Portugal,
Para onde?
É que não sei...
Regensburg
24-03-10
Beija-flor