sou a tua obra assassinada

Data 17/04/2010 15:34:19 | Tópico: Prosas Poéticas

estas pinturas de dedos cortados, saídas da impossibilidade irónica do comodismo, caem sobre mim como telas escuras onde te sinto no ridículo de uma miragem. corro a aprontar o meu corpo na água que me lava os olhos e vejo-te chegar nas
interrogações. de boca aberta vou sorvendo a presença onde te afirmas e eu dispo ali a tristeza. já nua passas em mim a tua lixa crua, bebes-me os sentidos, negas-te e ris. brincas-me nas tintas do sangue que me escorre das ausências e admiras de longe a tua obra assassinada.


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