OBRIGATÓRIO

Data 19/04/2010 22:45:24 | Tópico: Poemas

Deve o escritor
que assim se
Auto-intitular,
limitar-se a observar
e, quando muito,
a registar.
É a era do registo.
OBRIGATÓRIO.

Tal qual pombos num pombal
com asneiredo e tudo
Todos juntos a cheirar mal.

É canónico o anti-canónico.
Pós-modernismo da vanguarda histórica.
Pós poeiras provocam
Rinites, depressões, síndromes e
desordens adversas.
O quotidiano só existe ao observador
E não resiste ao ser internado.
Não intervir já é intervenção.
Se te deres mal ali, é simples,
Pira-te para aqui.

Nada de critérios.
Escrever, apenas, escrever.
Veículo... Sinapse...Sinalética.
Mais nada. Basta.
Tudo muito rápido e omisso de conteúdo.
Muita ordem e sincronismo nisto tudo.
A macro-estrutura gigante
Vomita lá de cima golfadas de pinguins.
Normalidade.
Carne para canhão.
Alguns são doutoures em matérias diversas
mas mentem na mesma, sem distinção.
A farinha está bolorenta e gorgulhosa.
A norma foi substituída pela anti-norma
o que trouxe a imediata extinção da mesma.
Resta a carcaça e a roulote,
Sem fiscais é o pandemónio.
Há propagação da ausência de critérios o
Que conduz a estados de apatia fulminantes.
Chega de insurgências desadaptadas
A meras conjunturas teóricas.
Desatem os sapatos ao andarem de avião.
As invenções estão prontas.
Tenho alguma urgência em chegar ao fim.




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