
SOLIDÃO
Data 20/04/2010 12:18:18 | Tópico: Poemas
| SOLIDÃO Autor: Carlos Henrique Rangel
De novo o frio E a solidão... Um silêncio Quase um berro Vigia a sala vazia... E me espreita o coração... Lá fora A noite é um reflexo Do meu peito E eu lamento... A tristeza É menina má... Brinca de machucar... Dói E ela sabe que dói... Uma ruga pesa Em minha testa Que vontade de dormir E acorda feliz...
Sonhar é bom...
SOLIDÃO II Autor: Carlos Henrique Rangel
Nós que amávamos Muito a solidão Também a odiávamos. E na multidão De vazios Ela imperava Nos acolhendo Em cantos de mesas Acompanhados Das mais frias cervejas. Era nesse observatório Invisível Que vigiávamos Os felizes E os invejávamos. Éramos sós Por opção imposta E amávamos A solidão que odiávamos E aos felizes Que desprezávamos. Nós que amávamos Muito a solidão Não a queríamos E sonhávamos Com a alegria Dos normais.
SOLIDÃO DE MENINO Autor: Carlos Henrique Rangel
Meus dezesseis anos ficaram em outro século... O eu que era já não sou mais. Mudei tanto que não me reconheço no passado. Mas sempre fica um pouco. A solidão dos dezesseis ainda aparece de vez em quando. E ela me sorri como velha amiga... Mas não sou seu intimo... Não mais... No século passado no entanto, eu era um solitário Criador de estórias e fantasias. Cada pequeno objeto era um personagem: Meus “eus” melhores, mais fortes, poderosos. O eu real era um tímido e carente menino Apaixonado sempre... Sofrendo sempre... Não sou mais assim... Acho... Hoje me relaciono melhor com Os outros e sou compreendido... Em parte... Tenho heróis escondidos na mente E crio estórias … Mas sou diferente daquele solitário menino. Acho... Apaixonei e apaixono ainda. E sofro de amor e de outras coisas... Mas se ficou alguma coisa... Ficou pouco...
A solidão senta em minha mesa Às vezes... Mas não lhe ofereço Cerveja... Não sou mais seu intimo...
|
|