Correntezas

Data 21/04/2010 16:14:57 | Tópico: Textos



Os dias passam como estranhos pedaços dispersos nas horas acumulativas da pressão...
Parecemos imortais quando já nada sentimos,perdidos vagamos pela corrente dum sol posto.
Ando por corredores de cor branca , alimento a felicidade encontrada nas prateleiras gordas da sanidade...quem espero ?
Intemporal doce vaidade , olhos da loucura analisam luxurias distantes nos ventos reflectidos das sombras esquecidas , estranhos apetites e pensares num fraco corpo imóvel de sentimentos...palavras sujas nos passeios rígidos da sabedoria dominical.

Correnteza do passado...chegam a mim lembranças no interior dum muro de gelado...o meu coração palpita na escadaria surreal dos passos , leva-me para longe dor escura e fustigada vida , não quero voltar para os teus braços adormecidos.

Vozes distantes nas brisas sufocantes da fé...porque rezas na catedral da vergonha ?

Eu ouvi ecoar em mim um homem silencioso como o vento a raspar na minha face sem resposta...
Céu aberto , carrega-me para um campo escondido dos sonhos...a tua voz acalma o meu espírito inocente , quero-te acompanhar mas uma parte de mim morreu como o bater duma porta solitária da manhã.

O toque da cada batida são como portões que se abrem no interior da escuridão..não tenho respostas para tudo...pois a morte nem sempre responde as minhas perguntas , sigo um caminho tradicional e espero que o sol brilhe mas uma vez nos olhos esquecidos da verdade.


Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=129353